sexta-feira, 5 de março de 2010

Introdução ao Estudo da Filosofia Parte I


1.1 Definições Sobre o Estudo da Filosofia


A palavra filosofia é de origem grega. É composta por duas outras palavras: philos e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia já quer dizer sabedoria e dela vem à palavra sophos, sábio.
Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. O filósofo é o que ama a sabedoria e tem amizade pelo saber, deseja saber. No livro fundamentos da teologia cristã, um dos autores nos informa que:
A palavra “filosofia” significa literalmente amor à sabedoria. Pitágoras que nasceu por volta de 570 a.C., considerando, o primeiro pensador que se intitulou filósofo, via os filósofos como espectadores nos jogos festivos, e não como atletas. Desde então, os filósofos sempre têm-se orgulhado de olhar para as coisas imparcialmente. Mas repudiaram de que a filosofia é um esporte de expectadores passivos. É uma luta sem descanso diferenciar a realidade das aparências. Apenas recuando e fazendo as perguntas certas podemos esperar chegar à verdadeira natureza das coisas.
Para Xavier Teles a filosofia é:
Uma reflexão sistemática e crítica sobre certos problemas que não caem sob a alçada das ciências e especificamente sobre os problemas do conhecimento e da ação .”

Já Mondim vê a filosofia como:
Um conhecimento, uma forma de saber, e como tal, tem sua esfera particular de competência; sobre esta esfera busca adquirir informações válidas, precisas e ordenadas ”.

No entender dos filósofos, a filosofia estuda tudo. Aristóteles, o primeiro a pesquisar rigorosamente e sistematicamente a natureza desta disciplina, diz que a filosofia estuda “as causas últimas de todas as coisas”. Cícero define a filosofia como sendo o “estudo das causas humanas e divinas das coisas”. Descartes afirma que a filosofia “ensina a bem raciocinar”. Hegel concede a filosofia como “saber absoluto”. Teles no informa que “a filosofia, por sua vez, é uma visão racional e crítica da realidade, apoiada apenas na capacidade de pensar.”
A grande tentativa dos filósofos sempre foi analisar e discutir o que seria verdadeiramente a natureza das coisas. Eles levantaram muitas questões tais como a metafísica , a teoria do conhecimento, sobre a ética, o que é a verdade? Entre muitas outras questões levantadas pelos filósofos. A filosofia grega tem com base a aspiração ao conhecimento racional, lógico e sistemático da realidade natural e humana, da origem e causas do mundo e de suas transformações, da origem e causas das ações humanas e do próprio pensamento.

1.1.1 Sentido etimológico

A primeira vez que a palavra filosofia apareceu foi sob a forma verbal filosofar (Heródoto ; 484-425?a.C), com o significado de esforçar-se por adquirir novos conhecimentos. O historiador grego se refere à observação de Creso, rei da Lídia, feita a Sólon, o legislador ateniense. “Ouvi dizer que viajaste por muitas terras como que filosofando, isto é, como que buscando adquirir novos conhecimentos”.
Já segundo Cícero , foi Pitágoras o criador do vocábulo filosofia esta é a teoria mais aceita no meio filosófico. Quando o príncipe Leonte, comenta ele, perguntou a Pitágoras em que arte era versado,Pitágoras respondeu-lhe que era apenas um filósofo, isto é, um estudioso e amigo da sabedoria: um filósofo. No tempo dos sofistas e de Sócrates, a palavra filosofia era empregada para designar o cultivo sistemático de qualquer conhecimento teórico.

1.1.2 Os Períodos da Filosofia

O estudo da filosofia é dividido em dois períodos: O Período Mítico e o Período Sistemático.

1
.1.2.1 O Período Mítico

Os primeiros filósofos eram míticos. O pensar mítico fornecia uma ordenação mental do mundo, capaz de satisfazer às exigências racionais da mente primitiva. Neste período surgiu o panteão de deuses gregos e romanos que tentavam explicar a criação do mundo e a relação desses deuses com os homens. O que venha a ser um mito?
Segundo Mondin o mito significa uma representação fantástica de personagens inexistentes ou de eventos que nunca aconteceram. Sobre o valor do mito, que desempenha um papel fundamental em todas as culturas tradicionais e também na primeira filosofia grega, dão-se duas interpretações contrastantes, uma positiva outra negativa. Segundo a interpretação negativa, o mito é pura criação de uma humanidade ingênua, infantil, imatura, privada de categorias lógicas, que de forma mais ou menos instintivas falsifica a realidade e a história. Segundo a interpretação positiva, pelo contrário, os mitos são a metafísica dos povos antigos. Quem sustenta esta tese julga poder distinguir dois tipos de metafísica: um mito-metafísica, que elabora uma explicação da realidade com a fantasia e depois a exprime em uma explicação da realidade com a razão, e, portanto formula sua explicação através de conceitos.”
Para o filósofo Teles:
O mito é aquele tipo de pensamento feito com elementos sensíveis e concretos. Ao mesmo tempo, é um conhecimento representativo do meio e de seus problemas. O mito é, pois, um conjunto fechado de conhecimento, capaz de ordenar e dar significação e realidades do meio, importantes e prioritárias para o homem.
O conhecimento mítico foi à primeira etapa da consciência humana. Nele, só havia um plano. Tudo se passava num mesmo nível: forças da Natureza, forças divinizadas, homens e animais atuando num mesmo nível.

1.1.3 O Período Sistemático.

No período Sistemático os filósofos, começaram a formar grandes sistemas de filosofia. Como a metafísica, a epistemologia, a lógica, a dialética, a retórica e muitos outros sistemas de pensamento. Neste Período temos vários filósofos que influenciaram o mundo como: Sócrates, Platão, Aristóteles, Plotino, Zenão e etc.
Neste período a Filosofia começou a ter um status de ciência. Pois desde os filósofos pré-socráticos até a idade moderna, competia a filosofia explicar a realidade das coisas. No período Sistemático da filosofia, que desenvolveram as grandes ferramentas em que a teologia faz uso, como a lógica, a dialética e principalmente as questões
metafísicas em que a teologia usou para mostrar a existência de Deus e do mundo espiritual.

Nenhum comentário:

Postar um comentário